sexta-feira, 29 de agosto de 2014

SOLEDAD




Nunca gostou do nome. Superou o desgosto, inventando o apelido: Sol. Mesmo assim a vida seguia escura e solitária. Ao apresentar-se, ele insistiu no nome verdadeiro. Ela falou baixo, quase um sussurro. Ele repetiu, então, em sua orelha, o nome manso e sonoro. Nunca antes lhe parecera tão belo o próprio nome. No mesmo instante abandonou o apelido. Na manhã seguinte percebeu que nunca mais sofreria solidão. Amanheceu iluminada. 

domingo, 17 de agosto de 2014

RETICÊNCIAS




... com o padrasto ela descobriu o medo do próprio corpo, com a mãe ela conheceu a dor da palavra silenciada...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

REDE

    O homem foi pescar. Não encontrou o peixe, mas a mulher. Saciou-se ao sugar o líquido salgado da boca da fêmea. Nunca mais teve fome de mar.